Depois de sete meses de inatividade total e semanas de operação parcial, o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, retomou suas atividades com a pista completa de 3,2 mil metros nesta segunda-feira, 16. Essa reabertura representa um passo crucial para a normalização dos serviços, interrompidos pelas enchentes que afetaram a capital gaúcha em maio.
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Com as pistas e as vias de taxiamento restauradas, o aeroporto está operando 24 horas por dia. As operações nacionais, incluindo voos para Salvador (BA) e Recife (PE), foram retomadas. Isso marca o recomeço das atividades, depois de ajustes graduais desde outubro. Espera-se que as operações internacionais sejam retomadas na quinta-feira 19, de maneira a restabelecer a conectividade global da cidade.
O fechamento do Aeroporto de Porto Alegre
Durante o período de fechamento, a Base Aérea de Canoas operou temporariamente alguns voos, minimizando o impacto dos cancelamentos. Os voos para Lima, no Peru, recomeçam em 2 de janeiro, seguidos pelos voos para Santiago, no Chile, no dia 3, ambos operados pela Latam Airlines, com três frequências semanais.
A Aerolíneas Argentinas e a Sky Airlines planejam retornar ao mercado porto-alegrense em março e junho de 2025, respectivamente. A TAP confirmou o retorno da rota Porto Alegre−Lisboa, com detalhes sobre o recomeço programados para divulgação nos próximos dias. O primeiro voo internacional, vindo da Cidade do Panamá, está previsto para a madrugada da quinta-feira.
A inundação que fechou o terminal foi a pior na história recente de Porto Alegre, afetando a pista e o térreo por cerca de um mês. A concessionária Fraport, responsável pelo aeroporto, coordenou a recuperação das instalações.
Relatos das enchentes
A catástrofe começou a tomar forma em 29 de abril. Segundo medições da Universidade de São Paulo, entre o fim de abril e o começo de maio, o volume das chuvas acumulou 420 milímetros. Segundo Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, o temporal que caiu naquela semana atingiu 1.000 milímetros. A média do Estado é de 1,5 mil milímetros por ano.
Em entrevista concedida nesta semana ao programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura, Eduardo Leite não conseguiu enxergar um único pecado cometido pelo seu governo. Para ele, não houve negligência nem omissão. Mas reconheceu que o trabalho dos civis “fez a diferença”. “O Estado não pode tudo”, afirmou. Dele discorda o ministro Paulo Pimenta, que Lula transferiu da Secretaria da Comunicação Social para a então recém-criada Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. Deputado licenciado, Pimenta desembarcou em território gaúcho com a pose de candidato a governador em 2026 e a empáfia de quarto governador-geral do Brasil. Além de não admitir críticas à atuação do governo federal, prometeu perseguir aqueles que entoavam a expressão “civil salva civil”.
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