Grupo de discussão sobre a Pré-existência da alma humana.
A Pré-existência, Pré-mortalidade, Vida Pré-mortal, ou Existência Pré-mortal, é a crença de que cada alma humana individual existia antes da concepção mortal, e em algum momento antes do nascimento foi colocado no corpo.
MORMONISMO
O conceito de existência pré-mortal é uma doutrina inicial e fundamental do Mormonismo. De acordo com Os Santos dos Últimos Dias a pré-mortalidade se refere à nossa vida antes de nascermos nesta Terra e que em nossa vida pré-terrena, vivemos na presença do Pai Celestial como Seus filhos espirituais. Não tínhamos um corpo físico. No texto homônimo da fé, o Livro de Mórmon, publicado em 26 de março de 1830, ensina que o espírito pré-mortal de Cristo aparece em forma humana e explica que os indivíduos foram criados no início à imagem de Cristo. Em 1833, no início do Movimento dos Santos dos Ultimos Dias, seu fundador Joseph Smith, inspirado por uma entidade chamada "Moroni", ensinou que as almas humanas são coeternas com Deus, o Pai, assim como Jesus é coeterno com Deus, o Pai: "O homem também estava no início com Deus."
A Igreja dos Santos dos Ultimos Dias ensina que durante a existência pré-mortal, houve um processo de aprendizagem que eventualmente levou ao próximo passo necessário na oportunidade de progresso dos espíritos pré-mortais. Este próximo passo incluiu a necessidade de ganhar um corpo físico que pudesse experimentar dor, tristeza e alegria e “andar pela fé”. De acordo com esta crença, estes propósitos foram explicados e discutidos em conselhos no céu, seguidos pela Guerra no céu onde Satanás se rebelou contra o plano do Pai Celestial. Os mórmons veem todas as pessoas como filhos e filhas de Deus em um sentido pleno e completo; consideram que cada pessoa é divina em origem, natureza e potencial.
Joseph Smith, usa passagens do livro de João para declarar que assim como o Messias “estava no princípio com o pai”, assim “o homem também estava no princípio com Deus”.
Também pregou que muito antes da criação do mundo, Deus encontrou “a si mesmo no meio” dos seres humanos e “achou apropriado instituir leis pelas quais pudessem ter o privilégio de progredir como Ele próprio” e serem “exaltados” com Ele.
A ideia da pré-existência da alma é antiga e surge em diferentes contextos filosóficos e religiosos, com raízes em tradições orientais e ocidentais. Essa noção geralmente sugere que a alma existe antes do nascimento físico, seja em um estado espiritual puro ou em outro tipo de existência. Aqui estão algumas das principais origens e influências dessa ideia:
FILOSOFIA GREGA
Pitágoras (século VI a.C.): Acreditava na transmigração da alma (metempsicose), segundo a qual a alma é imortal e passa por diversos corpos ao longo do tempo.
Platão (427–347 a.C.): No diálogo Fédon, Platão argumenta que a alma preexiste ao corpo e já possui conhecimento das ideias eternas antes de nascer. Para ele, a vida terrena seria uma lembrança (anamnesis) do que a alma já conhecia em um estado anterior.
RELIGIÕES ORIENTAIS
Hinduísmo: Desde os Vedas, há uma crença na reencarnação (samsara), onde a alma (atman) é eterna e passa por vários ciclos de nascimento e morte até alcançar a liberação (moksha).
Budismo: Embora negue uma alma permanente, o Budismo acredita em uma continuidade cármica entre vidas, com o "fluxo" de consciência persistindo através de diferentes existências.
Jainismo: Também defende a ideia da transmigração e da eternidade da alma, que acumula karma em suas diferentes encarnações.
GNOSTICISMO
No gnosticismo, um movimento religioso e filosófico que floresceu nos primeiros séculos da fé evangélica, acreditava-se que os seres humanos tinham uma centelha divina aprisionada na matéria. Algumas correntes gnósticas poderiam interpretar a condição humana como uma consequência de um estado anterior de glória ou celestialidade.
No Evangelho de Tomé, de tradição gnóstica, menciona frequentemente a origem divina da alma. Embora não afirme diretamente a pré-existência, sugere que o ser humano precisa se lembrar de sua origem celeste, implicando que a alma teria existido anteriormente em um estado divino.
No texto gnóstico, Pistis Sophia, é detalhado o retorno da alma ao reino espiritual após seu ciclo no mundo material. Ele sugere que as almas têm uma origem divina e preexistem à encarnação terrena.
No Evangelho de Filipe, outro texto gnóstico, aborda a conexão da alma com o reino celestial e sua união com o divino antes de entrar no mundo físico.
MISTICISMO JUDAICO
Cabala: Embora a crença na pré-existência da alma não seja central no judaísmo tradicional, algumas correntes do misticismo judaico (como a Cabala) apresentam ideias relacionadas à pré-existência e reencarnação (gilgul).
Em 1 Enoque (particularmente no Livro dos Sonhos e no Livro das Parábolas), há referências à existência das almas antes de sua manifestação no mundo físico. O conceito de pré-existência é relacionado à ideia de uma "morada" onde as almas aguardam julgamento.
Em Apocalipse de Esdras (4 Esdras), também conhecido como 2 Esdras, contém reflexões sobre a alma e sua origem. No capítulo 7, há menções sobre o estado antes do nascimento.
Em Odes de Salomão, um conjunto de hinos com influências gnósticas, alguns hinos sugerem que a alma do ser humano tem uma origem celestial e preexistente, como um reflexo do divino.
*No catolicismo a ideia de pré-existência da alma foi discutida por pensadores como Orígenes (século III d.C.), um dos primeiros teólogos católicos. Ele defendia que as almas existiam antes de serem unidas aos corpos. No entanto, essa ideia foi condenada como heresia no Segundo Concílio de Constantinopla (553 d.C.).
4. ESPIRITISMO E TEOSOFIA
O conceito da pré-existência foi revivido em movimentos como o espiritismo (Allan Kardec), a teosofia e o movimento da Nova Era, que combinam elementos das tradições orientais e ocidentais para defender a pré-existência e a evolução da alma.
O espiritismo de Allan Kardec e a teosofia, reinterpretaram a relação entre anjos, almas humanas e a queda. Alguns desses movimentos veem os seres humanos como espíritos em evolução.
A ideia de que os cristãos (ou os seres humanos, de maneira geral) seriam anjos expulsos do céu tem suas raízes em interpretações esotéricas, místicas de textos religiosos. Ela não é apoiada pelos escritos bíblicos.
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