JEOVÁ É O DRAGÃO

A ideia de que Jeová (ou Yahweh), a divindade central do judaísmo e do cristianismo, seria na verdade o diabo, é uma teoria marginal que aparece em algumas correntes esotéricas, gnósticas e dissidentes. Essa interpretação não é aceita pelas tradições judaica, cristã ou islâmica, mas surge de diferentes perspectivas históricas e filosóficas. Aqui estão algumas de suas origens e influências:

1. GNÓSTICOS

No gnosticismo, uma corrente religiosa e filosófica dos primeiros séculos do cristianismo, havia a visão de que o Deus do Antigo Testamento (chamado Demiurgo) era uma entidade inferior e imperfeita. Para muitos gnósticos, esse Demiurgo era responsável pela criação do mundo material, que era visto como corrupto. Alguns textos gnósticos, como o Apócrifo de João, descrevem o Demiurgo como arrogante e enganoso, e alguns o associam a Jeová.

O gnosticismo foi uma corrente espiritual dos primeiros séculos do cristianismo que enfatizava o conhecimento espiritual (gnose) como meio de salvação.

• Ensinamentos sobre Jeová:

Muitos textos gnósticos, como o Apócrifo de João e outros textos da Biblioteca de Nag Hammadi, descrevem o Deus do Antigo Testamento (chamado Demiurgo) como uma entidade arrogante, ignorante e malévola. Ele é visto como o criador do mundo material, que para os gnósticos era uma prisão para a alma.

• Jeová, identificado com o Demiurgo, é acusado de aprisionar a humanidade em uma existência física corrupta, enquanto o verdadeiro Deus (o Pleroma) é transcendente e desconhecido.

• Algumas tradições gnósticas associavam o Demiurgo ao "príncipe das trevas" ou a uma figura oposta ao Deus verdadeiro.

2. SATANISMO (Filosófico e Espiritual)

Certas formas de satanismo espiritual ou luciferianismo reinterpretam figuras bíblicas como Satanás e Jeová de maneiras simbólicas.

• Ensinamentos sobre Jeová:

• Em algumas dessas correntes, Satanás ou Lúcifer é visto como um libertador que desafia a autoridade tirânica de Jeová, que é interpretado como um opressor da humanidade.

• Jeová é às vezes descrito como um arquétipo do controle e da repressão, enquanto Satanás é associado à liberdade e à busca pelo conhecimento.

3. OCULTISMO MODERNO

• Exemplos: Movimentos como a teosofia e algumas tradições ocultistas contemporâneas reinterpretam o papel de Jeová e outras figuras bíblicas.

• Ensinamentos sobre Jeová:

• A teosofia, por exemplo, às vezes apresenta Jeová como uma divindade tribal limitada, ligada a um estágio primitivo da evolução espiritual.

• Alguns ocultistas modernos, influenciados por autores como Aleister Crowley, também criticaram Jeová como símbolo de dogmatismo e autoritarismo religioso.

4. CRÍTICOS AO ANTIGO TESTAMENTO

Alguns críticos da Bíblia, particularmente ateus e antiteístas, veem certas descrições de Jeová no Antigo Testamento como violentas, vingativas ou moralmente questionáveis. Baseados nesses atributos, argumentam que tal figura seria mais próxima do que se entende como "diabo" em termos éticos.

5. ATEÍSMO ANTITEÍSTA

• Exemplos: Críticos contemporâneos da religião, como Richard Dawkins e outros, frequentemente apontam características de Jeová no Antigo Testamento que consideram moralmente questionáveis.

• Ensinamentos sobre Jeová:

• Embora não chamem Jeová literalmente de "diabo", destacam sua descrição como um deus ciumento, vingativo e violento, questionando sua moralidade.

Dentro da ideologia nazista, especialmente na visão de alguns de seus teóricos e propagandistas, houve tentativas de reinterpretar figuras religiosas de maneira radical e antissemitista. Alguns ideólogos nazistas, influenciados por correntes ocultistas ou por uma visão distorcida da história religiosa, associaram o Deus judaico (YHWH, ou Jeová) ao mal, como parte de sua propaganda antissemita.

Ο Antissemitismo Nazista e a Religião

1. Propaganda Antijudaica: O nazismo atacava o judaísmo como parte de sua ideologia racista. Algumas figuras nazistas rejeitavam o monoteísmo judaico, considerando-o oposto às antigas tradições germânicas politeístas ou "pagās".

2. Reinterpretação de Jeová: Em círculos esotéricos e ocultistas próximos ao nazismo, como os de figuras como Alfred Rosenberg, Jeová foi retratado como uma divindade tirânica, associada à opressão e ao materialismo. Isso fazia parte de uma tentativa de deslegitimar a herança judaico-cristã na cultura ocidental.

3. Rejeição do Cristianismo

Tradicional: Embora o nazismo tenha mantido relações ambíguas com o cristianismo, alguns de seus líderes e ideólogos viam o cristianismo como enfraquecido por sua ligação ao judaísmo. Essa rejeição levou a esforços para criar uma forma de espiritualidade alinhada com a ideologia nazista, às vezes reinterpretando figuras religiosas de maneira radical.

Contexto Histórico

Essas ideias não eram compartilhadas por todos os líderes nazistas, mas foram mais comuns entre aqueles interessados em ocultismo ou que buscavam justificar o antissemitismo racial por meio de interpretações religiosas ou pseudorreligiosas. É importante destacar que essas visões não têm base na teologia judaica, cristã ou histórica, sendo produtos de ideologias distorcidas e racistas.